E a saga continua...
Após ter feito a participação no dia do assalto dirigi-me à 8.ª esquadra com a intenção de levantar o Auto da participação (para pelo menos contar para estatística... :-S). Chegando à esquadra dirigi-me ao único agente (no meio de 5 que estavam com as mãos ocupadas a segurar qualquer coisa) disponível. Era um quarentão morenaço com uma voz de arrepiar qualquer pelinho do meu corpo. Transpirava sedução naquela voz grave:
Sr. Agente da Autoridade - Faça Favor.
Eu - Vinha levantar um Auto de uma participação que fiz ontem referente a um furto.
Sr. Agente da Autoridade - (seco) Vai ter de esperar.
Eu - (meia indignada) Está bem.
Estava uma cidadã Brasileira a apresentar queixa de um furto de um portátil e o prezado Sr. Agente da Autoridade a tratar do caso... Na sua pachorrenta calma o Sr. Agente ia fazendo a participação enquanto perguntava pelo menos umas 5 vezes os mesmos dados à senhora. O nome da caipira era pouco comum e de difícil percepção para o nosso prezado Agente. Mesmo quando ela o soletrava.
Com a participação redigida e impressa, o agente dirige-se a ela e pede para assinar e confirmar os dados. É aí que a caipira o chama à atenção mais uma vez para o nome que está mal-escrito. Resposta pronta do bem-instruído Sr. Agente da Autoridade:
Vocês brasileiros têm... (grunhidos incompreensíveis).
Confesso que quase corei de vergonha do que ouvia da boca de um Polícia de Segurança Pública detentor da voz mais sedutora que já ouvi. E assim, como diria uma amiga, levou a etiqueta no pezinho...