Folhas Soltas

domingo, novembro 10, 2019

Regresso

Cof, cof, cof! Folheei as páginas por aqui escritas. Um misto de pó, cheiros de um passado e um perfume de uma essência perdida invadiram me os sentidos. Estas folhas estão tão perdidas no mundo cibernético como a memória das mesmas desvaneceu no miolo que reside no meu crânio... 

Questiono-me como aqui cheguei. A resposta não é imediata. E talvez nunca a tenha. Mas não importa: importa, sim, o que me faz sentir. 
O que aqui vejo são pedaços de mim, pedaços de um ser que sempre foi intrincado ao ponto de nem eu me perceber. Não obstante, são pedaços de mim! As sinapses acendem-se como se fossem uma grinalda de luzes. Ah!, tão apropriado para a quadra...
Quando é que este fel mordaz tomou conta da minha língua? Tenho dificuldade em me lembrar se ele se instalou antes ou depois do nevoeiro gelado que envolveu o músculo central. Mais que isso, o verdadeiro desafio é o "porquê" de eu o ter permitido.
Mais perguntas e poucas respostas. E está será sim a maior dificuldade: A eterna indagação, numa jornada incurável, procurado por respostas.
Não sou mais o eu que um dia fui. E, contrário ao que muitas vezes se possa querer, quero sê-lo. Quero encontrá-lo. Sei que ele foi o mais verdadeiro de mim.
Hoje talvez seja o ponto de partida para esta viagem de reencontro. 
Saberei contemplar mais, rir mais, sorrir mais com a alma, juntar os pequenos, mas bons, nadas. Sim, quero uma vida repleta de mim novamente.
Da sempre tua,
Sofia.