Folhas Soltas

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

O Poder da música

No dia 14 de Fevereiro, enquanto usufruia dos serviços da metro Porto, vinha a observar as pessoas à minha volta. Enquanto isso o meu mp3 fazia-me companhia, conseguindo a proeza de (com o meu cérebro embrenhado na música de fundo) me transportar para outra dimensão. Sabem quando têm a impressão de que são invisíveis? Que somos só uma alma que deambula por entre inúmeros corpos? Era mesmo assim que me sentia!

Mas o mais interessante foi poder constatar o poder infinito da música. Passo a explicar:
Enquanto ouvia Xutos e Pontapés (Mundo ao Contrário) pensava que era dia de S. Valentim e reparava em toda e qualquer pessoa procurando, nos seus actos, encontrar um gesto de amor que pudesse contrariar a minha opinião de que este dia é igual a todos os outros, não fosse a lavagem de publicidade e marketing com que levamos nesta época.

Subitamente fui interrompida por uma chamada provinda de uma das mil e uma casas de comércio tradicional português (bem antigas) do Porto. A voz simpática de um empregado - que deve ter tantos anos de trabalho quanto a superfície comercial onde labuta - informava, com toda a gentileza, que a minha encomenda havia chegado.

Quando voltei a colocar os phones já ia en passant o som tranquilo dos Zero7 (destiny). Olhei de novo para os transeuntes, mas desta vez, plena de tranquilidade, degustava o momento envolvido de pequenas boas coisas das quais a vida está repleta e nós, por não pararmos para NÃO PENSAR, passamos ao lado a maior parte do tempo. A azáfama desmedia em que nos deixamos envolver!...

[Mudei de Linha.]

Ao chegar ao cais da Linha D, o meu mp3 pregou-me a valente partida de rodar Emir Kusturica (daddy don't ever die on a friday). Foi imediato! Desatei à gargalhada, muito em parte pela sonoridade alegre que ouvia, mas muito também por aliar os diferentes sons ao modo de andar, aos gestos e expressões que as pessoas que me rodeavam, faziam.

E os pobres dos transeuntes que, mais uma vez, não percebiam o meu sorriso... Deixem de tentar perceber e sorriam também!
A música realmente é uma arma bem potente.

Façam da vossa vida a música que quiserem.